Olá, Caro Leitor,
Esta Página trata sobre o Trigrama Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre,
e os Hexagramas formados a partir deste Trigrama.
Estes Textos
fazem parte de uma teia de Páginas sobre o I Ching, o Livro das Mutações,
cuja Página principal é
- obra em nove Volumes/Capítulos -,
sendo que o Primeiro Capítulo trata sobre
O Caminho do Céu, o Fio da Meada, começou
a partir do Trigrama K'un, a Terra, a Mãe, o Receptivo,
formando oito Hexagramas
e constando como o Segundo Volume/Capítulo.
Em seguimento à Terra,
entra em cena a Montanha, Ken, a Quietude, o Mestre,
formando oito Hexagramas
e constando como o Terceiro Volume/Capítulo
de O Fio da Meada, I Ching do Caminho do Céu.
Boa Leitura e Bons Estudos!
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
O Fio da Meada
Sexta Linha ___ ___ O
Quinta Linha ___ ___ I Ching
Quarta Linha ___ ___ do
Terceira Linha _______ Caminho
Segunda Linha _______ do
Primeira Linha _______ Céu
Janine Milward
TERCEIRO VOLUME
Os Hexagramas compostos por Ken, a Montanha,
a Quietude, o Mestre
Editora Estrela do Belém
O Fio da Meada
I Ching do Caminho do Céu
Janine Milward
Direitos Reservados © 1997
Registro 142.090 Livro 230 Folha 433
Segunda Edição Revisada
O Caminho do Céu
de K'un, a Terra, a Mãe, até Ch'ien, o Céu, o Pai
perpassando por todos os Filhos:
Nossa consciência é atada à Terra, a Mãe, K'un, o lugar onde estamos.
Nossa consciência em ampliação faz acontecer a Montanha, o Mestre, Ken, a Quietude, o homem que busca sua realização dentro de seu Caminho da Iluminação e da Imortalidade ou Liberação até se tornar Homem Sagrado.
A Terra e a Montanha realizam-se, enquanto Vida manifestada e encarnada, através a possibilidade de vida que é doada pela Água, K’an, a Água, que traz consigo a Sabedoria e vai buscando por todos os lugares.
A vida manifestada é então não somente vivenciada pela terra, pela rocha e pela água mas também pela madeira, em Sun, o Vento, a Madeira, e esta vegetação é levada adiante pelo vento e eclode a vida, desabrocha a vida através Chen, o Trovão, o Incitar, que acaba trazendo o Fogo, Li, para a terra, ampliando a consciência do Homem que já se encontra entre o Céu e a Terra.
Esta expansão da consciência acontece através seu espelhamento permitido por Tui, O Lago, que espelha Ch'ien, o Céu, o Pai, o Criativo, o doador da vida infinitizada e iluminada à K'un, a Terra, o Receptivo.
Apresentação da Obra:
Terceiro Volume
- Os Hexagramas formados por Ken, A Montanha, A Quietude
- Os Hexagramas formados por Ken, A Montanha, A Quietude
Quarto Volume
- Os Hexagramas formados por K'an, A Água, O Abismal
- Os Hexagramas formados por K'an, A Água, O Abismal
Quinto Volume
- Os Hexagramas formados por Sun, O Vento, A Suavidade
- Os Hexagramas formados por Sun, O Vento, A Suavidade
Sexto Volume
- Os Hexagramas formados por Chen, O Trovão, O Incitar
- Os Hexagramas formados por Chen, O Trovão, O Incitar
Sétimo Volume
- Os Hexagramas formados por Li, O Fogo, O Aderir
- Os Hexagramas formados por Li, O Fogo, O Aderir
Oitavo Volume
- Os Hexagramas formados por Tui, O Lago, O Jovial
- Os Hexagramas formados por Tui, O Lago, O Jovial
Nono Volume
- Os Hexagramas formados por Ch'ien, O Céu, O Pai, O Criativo
- Os Hexagramas formados por Ch'ien, O Céu, O Pai, O Criativo
Editora Estrela do Belém
© 1997
O FIO DA MEADA
I Ching do Caminho do Céu
Janine Milward
TERCEIRO VOLUME
Os Hexagramas compostos por Ken, a Montanha,
A Quietude, O Mestre:
A Quietude, O Mestre:
A Montanha recebe a Terra,
formando Chien, Humildade, Modéstia
A Montanha recebe a Montanha,
formando Ken, A Quietude, A Imobilidade
A Montanha recebe a Água,
formando Chian, Dificuldades, Vicissitudes
A Montanha recebe o Vento,
A Montanha recebe o Trovão,
formando Hsiao Guo, Pequeno Exagero
A Montanha recebe o Fogo,
formando Lü, Viagem
A Montanha recebe o Lago,
formando Hsien, Comunhão
A Montanha recebe o Céu,
formando Tun, A Retirada
© 1997 - Edição Revisada © 2010
Editora Estrela do Belém
Ken, A Montanha, A Quietude, a Imobilidade, O Mestre. é considerado o filho mais jovem, pois, sendo filho direto de sua mãe, K´un, A Terra, O Receptivo, recebe o Yang do Criativo, trazendo-lhe a confiança da permanência na terra. em sua terceira linha (a linha do Céu).
A única Linha Yang de Ken, a Montanha, é o lugar onde o Sublime Yang encontra-se com o Céu, assim fazendo com que o Mestre seja aquele que possui sua mente voltada para a transcendência...., enquanto as duas Linhas Yin o prendem à Terra, o lugar de encarnação e de plenitude de materialização - porque a Iluminação e a Imortalidade, a Liberação, têm que acontecer dentro da plenitude da encarnação: Luz é matéria. Ken, a Montanha, é o Trigrama que trata do Homem que expande sua consciência para se tornar o Mestre.
A única Linha Yang de Ken, a Montanha, é o lugar onde o Sublime Yang encontra-se com o Céu, assim fazendo com que o Mestre seja aquele que possui sua mente voltada para a transcendência...., enquanto as duas Linhas Yin o prendem à Terra, o lugar de encarnação e de plenitude de materialização - porque a Iluminação e a Imortalidade, a Liberação, têm que acontecer dentro da plenitude da encarnação: Luz é matéria. Ken, a Montanha, é o Trigrama que trata do Homem que expande sua consciência para se tornar o Mestre.
Ken, a Montanha, Quietude, é a própria imagem dessa fusão mais íntima entre o Céu e a Terra e portanto é o Mestre sentado em seu silêncio - é o homem, aquele que traz consigo a compreensão da fusão entre o Céu e a Terra e realiza em si essa inter-ligação.
Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, possui movimento descendente, com suas duas Linhas Yin - as Linhas da Terra e do Homem - bem afixadas na Terra, em K'un, a Mãe, e com sua única Linha Yang - a Linha do Céu - já voltada para ser aglutinada ao Pai, Ch'ien, o Céu.
A Montanha vem mostrar a concretização plena do Planeta Terra, sua solidificação, seu resfriamento, aprontando seu solo para receber a natureza como um todo, toda a Criação que aqui vive. As duas linhas Yin que compõem Ken, A Montanha, vêm nos falar de sua plena interação com sua Mãe Terra, K'un, O Receptivo. Porém, sua linha Yang ao alto cumpre sua missão de integração plena com Ch'ien, o Criativo, recebendo suas bênçãos da forma mais aproximada possível, dentro da Terra, dentro do Mundo da Manifestação.
________ Linha Yang do Céu, o Princípio Primordial
___ ___ Linha Yin do homem a tornar-se Homem Sagrado, o Mestre
____ ___ Linha Yin da Terra, o Tesouro do Espírito
A verdade é que, se virmos Ken, a Montanha, a Quietude, dentro da figura do Mestre..., estaremos encontrando o Homem em sua escalada de homem a Homem Sagrado através a expansão de sua mente e tudo isso é sempre acionado pelo Céu, o Criativo, o Sublime Yang em sua infinita Luz em sua infinita vida! Sendo o Filho mais Novo, Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre, é a herança mais direta de seu Pai, Ch'ien, o Céu, o Criativo - no sentido de que se apresenta enquanto o único Trigrama voltado para o Homem, para os seres que desenvolvem suas mentes ao longo das múltiplas encarnações, em eterna mutação, na Terra.
O homem,
por se encontrar na transição entre o céu e a terra, faz a ligação entre a
constância e a infinitude do céu com a duração e a finitude da terra.
Esta
ligação ou re-ligare, é a busca do homem pelo Tao. O encontro com o
Tao é realizado através da virtude, e libertá-lo da Roda da Vida, Te.
Quando o
Homem Sagrado consegue realizar em si mesmo o Tao e o Te, O Caminho e a
Virtude, ele se torna constante e infinito... É a Imortalidade: "Mesmo
perdendo o corpo, não irá perecer".
Conhecer a constância se chama iluminação
Desconhecer a constância é a impropriedade que provoca o
infortúnio.
Quem conhece a constância é abrangente
Quem é abrangente pode ser coletivo
O coletivo tem o poder da criação
A criação tem o poder do céu
O céu tem o poder do Caminho
O Caminho tem o poder do eterno.
Assim, mesmo perdendo o corpo, não irá perecer
Lao Tse, Capítulo 16 do Tao Te Ching
A Virtude maior que o homem deve possuir - em sua função de alcançar seu lugar de Mestre -, é a Modéstia, a Humildade.
Chien, Modéstia, Humildade, nos traz a imagem que poderíamos chamar de ‘predileta’ do Caminho e da Virtude: a Humildade - em K'un, a Terra, sendo acolhida por Ken, a Montanha, a Quietude, o Mestre sentado em seu silêncio e em busca de seu Caminho.
O Homem Superior pode, então, ser humilde em sua cabeça, no Vazio, e resistente em seu corpo, na Montanha. É a longa jornada que o homem realiza para tornar-se Homem Sagrado, através seu trilhar no Caminho da Iluminação e, em continuidade, no Caminho da Imortalidade ou Liberação. É o início para o forjamento do Caldeirão Alquímico do Corpo de Luz.
Alcançando o extremo vazio e
Permanecendo na quietude da extrema quietude.
Tao Te Ching, Capítulo 16, Lao Tse
No Tao Te Ching - Ching significa Tratado, Tao significa Caminho e Te significa Virtude: O Tratado da Virtude e do Caminho -, nos é ensinado que o Tao do Céu Anterior é o próprio Tao, o Caminho. E o Tao do Céu Posterior é a Virtude.
O Mestre é aquele que, para alcançar a realização de seu Caminho não se desvia de sua Virtude.
Assim, para realizarmos o Caminho e a Virtude - Caminho é o Princípio e a Virtude é aquilo que está de acordo com o Princípio -, devemos viver o Tao do Céu Anterior e o Tao do Céu Posterior.
Para tanto, devemos atingir o estado do extremo vazio e nele permanecer - mesmo que estejamos lúcidos e em atividade de nosso cotidiano.
Os efeitos da meditação devem permanecer em todos os momentos. Uma vez estejamos sintonizados com o Absoluto, nossas ações estarão dentro da normalidade e das leis cósmicos do Absoluto.
Lao Tse dá continuidade aos seus ensinamentos sobre a meditação e os Caminhos da Iluminação e da Imortalidade, através seu Capítulo 16 do Tao Te Ching:
Apesar da diversidade dos seres,
Cada um deles pode retornar à sua raiz.
Mesmo que os seres do universo sejam tão diferenciados entre si, todos pertencem a um mesmo Princípio Inicial. Assim, cada um pode retornar à raiz do mais profundo de si mesmo, sem se perder e, ao mesmo tempo, reconhecendo a abrangência e a coletividade do universo.
O regresso à raiz se chama quietude.
O ato de meditar é o sentar-se em silêncio, no silêncio, mantendo as costas eretas e o pensamento abrandado, silenciado. Concentrar a branda atenção apenas no ar que entra e sai, tornando-o mais e mais vagaroso, simples, silencioso, tranqüilo. A consciência tenta, então, se fusionar plenamente com esse ar, esse sopro.
A Consciência é o Fogo e o Ar, o Sopro é a Água e a fusão desses dois elementos acontece dentro do corpo físico, o Caldeirão da Alquimia da meditação.
No I Ching do Céu Posterior, são o Fogo e a Água que compõem os dois últimos Hexagramas: Chi Chi, Após a Conclusão, e Wei Chi, Antes da Conclusão, encerrando o Livro das Mutações com a promessa de um novo ciclo, nova etapa da Roda da Vida.
Quietude se chama ‘retornar a viver’.
A suprema Quietude na meditação traz a plena fusão entre a Consciência e o Sopro. Surge então a Fixação, o momento do real começo da real meditação. Será somente através a Fixação - a fusão plena entre Consciência e Sopro - que não somente a meditação e todos seus ciclos poderão acontecer como também a possibilidade de se entrar no Vazio é assegurada. Isso é ‘retornar a viver’. O homem superior retorna a viver quando penetra no Vazio .... e lá permanece.
O retornar a viver se chama Constância
A constância é a permanência no Vazio onde existe a infinitude da consciência e da vida. É apenas dentro do Vazio de K'un, a Terra, o Sublime Yin, que a plenitude da Luz de Ch'ien, o Céu, o Criativo, o Sublime Yang, se faz possível. A Luz que surge dentro da plenitude da Não-Luz.
Conhecer a constância se chama iluminação.
Desconhecer a constância é a impropriedade
Que provoca infortúnio.
O homem superior busca dentro de si mesmo a Vida e a Consciência Infinitas.
Quem conhece a constância é abrangente
Quem é abrangente pode ser coletivo
O coletivo tem o poder da criação
A criação tem o poder do céu.
A abrangência faz com que a unicidade do homem superior que alcançou a Constância se torne uma verdadeira pluralidade. No momento em que o homem superior abraça toda a natureza em si mesmo, ele torna-se co-criador junto ao Tao da Criação.
Na Alquimia do Caldeirão, através o processo da meditação, existem dois Caminhos:
O Caminho da Iluminação é o caminho que enfatiza a infinitude da consciência, a plenitude da consciência.
O Caminho da Imortalidade enfatiza não apenas a infinitude da consciência mas também a infinitude da vida.
O céu tem o poder do Caminho
O Caminho tem o poder do eterno.
O Uno Primordial traz em si toda a Criação – que é coletiva em sua diversidade de seres. Dentro da criação, existe a multiplicação dessa própria criação. Sendo a criação uma manifestação espelhar do Tao da Criação, essa criação mesma tem o poder do céu – de onde toda a criação tem seu berço. O céu, por sua vez, ao ser uma manifestação espelhar do Tao da Criação, tem o poder do Tao, O Caminho.
O Tao, O Caminho, sendo a própria constância, tem o poder do eterno.
Assim,
Mesmo perdendo o corpo, não irá perecer.
Ao fusionar-se com o Tao, o Homem Sagrado atinge sua Iluminação, a constância da Luz, em sua mente expandida em consciência iluminada e infinita. No entanto, também seu corpo físico deve se tornar um Corpo de Luz, trazendo-lhe vida iluminada e infinita – a Imortalidade ou Liberação.
A transmutação do corpo físico em Corpo de Luz realiza-se através da Alquimia do Caldeirão. O Caldeirão é o corpo físico que é trabalhado pelo Homem Sagrado com mente iluminada. A mente iluminada vai doando sua Luz de constância do Mundo da Não-Manifestação ao corpo físico do Mundo da Manifestação (corpo esse que nasce, vive e morre, preso à Roda da Vida, das Encarnações).
Quando todo esse trabalho é terminado, o Homem Sagrado possui não apenas consciência iluminada e infinita como também vida iluminada e infinita. Acredita-se que o Corpo de Luz não realmente morra, e sim, ascenda aos céus.
Por isso, Lao Tse nos diz que o Homem Sagrado ‘mesmo perdendo o corpo, não irá perecer’. Ou seja, perde seu corpo físico, sim, porém não sua vida.
Desta forma, consciência iluminada e infinita e vida iluminada e infinita fusionam-se plenamente à constância do Tao da Criação.
Esses são os Caminhos da Iluminação e da Imortalidade ou Liberação.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Tao Te Ching , O Livro do Caminho e da Virtude – Lao Tsé
Traduzido por Wu Jyh Cherng – Editora Ursa Maior hoje publicado pela Editora Mauad, São Paulo
O Fio da Meada
Janine Milward
O Fio da Meada
O Fio da Meada
Sexta Linha ___ ___ O
Quinta Linha ___ ___ I Ching
Quarta Linha ___ ___ do
Terceira Linha _______ Caminho
Segunda Linha _______ do
Primeira Linha _______ Céu
Janine Milward
TERCEIRO VOLUME
Os Hexagramas compostos por Ken, a Montanha,
a Quietude, o Mestre
a Quietude, o Mestre
Editora Estrela do Belém
O Fio da Meada
I Ching do Caminho do Céu
Janine Milward
Direitos Reservados © 1997
Registro 142.090 Livro 230 Folha 433
Segunda Edição Revisada